Informações sobre a viagem de Lula à África e sua defesa aos biocombustíveis

Será se os biocombustíveis vai ser mesmo uma boa opção para um mundo onde cada vez mais os alimentos ficam escassos, por conta das secas e pragas nas lavouras?

O presidente Lula acredita que sim.

“A produção de biocombustíveis é uma área em que podemos colaborar muito com os países africanos. O estímulo aos biocombustíveis associa objetivos importantes de políticas públicas: a criação de empregos, a geração de riqueza e a redução de emissões de gases de efeito estufa”, disse, destacando que a África tem sido prioridade da politica externa brasileira desde seu primeiro mandato.

O presidente argumentou a favor, usando a produção de biocombustíveis. De acordo com o presidente, a produção do etanol possibilitou o ingresso de mais de 1 milhão de pessoas no mercado de trabalho. Além disso, acrescentou, o uso de álcool combustível evitou a emissão de 644 milhões de toneladas de CO2 nos últimos 30 anos. “A produção brasileira não envolve subsídios, não ameaça a Região Amazônica e não reduz o volume de alimentos. Estamos dispostos a compartilhar com a África os conhecimentos que adquirimos”, reiterou.

Em Gana, conforme informações da Agência Brasil/Mylena Fiori, já está em andamento projeto para plantio de 27 mil hectares de cana-de-açúcar para produção de 150 milhões de litros de etanol por ano, destinados ao mercado sueco. A iniciativa conjunta, que envolve investimentos do setor privado brasileiro e tem apoio tecnológico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), também possibilitará a produção de 47 megawatts de eletricidade a partir do bagaço de cana.

No entanto, a produção de biocombustíveis não foi o único caminho proposto por Lula para o desenvolvimento econômico africano. O presidente sugere que a África produza alimentos para suprir o crescimento da demanda interna e mundial, ao lado das demais nações em desenvolvimento. Para isso, pede a abertura dos mercados desenvolvidos e o fim dos subsídios concedidos pelos países ricos aos seus agricultores.

“No caso de muitos países do [Hemisfério] Sul, em particular no continente africano, o setor agrícola tem um papel central. O acesso desimpedido de seus produtos agrícolas aos grandes mercados mundiais é imprescindível para a geração de riqueza e o progresso social. Assim como é, também, a eliminação dos milionários subsídios concedidos pelos países ricos a seus agricultores”, discursou Lula no painel sobre alternativas de desenvolvimento para a África.

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