A Bahia é pioneira na implantação do turismo étnico

A Bahia, cuja capital Salvador tem quase 80% por cento da população afro-descendente, é o primeiro estado brasileiro a estruturar o segmento do turismo étnico. A informação foi prestada pela Ministra Marta Suplicy ao participar, nesta quinta-feira, de audiência pública promovida pela Comissão de Turismo e Desporto, da Câmara dos Deputados.

Segundo o secretário de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, o projeto de turismo étnico foi apresentado, no ano passado, ao Ministério do Turismo por iniciativa do governador Jaques Wagner. "Nossa intenção é tornar o Estado mais atraente para os turistas afrodescendentes norte-americanos, um público interessado em reatar suas raízes com a África", disse.

Além de Leonelli e da ministra, participaram da audiência, o subsecretário de Comunidades Tradicionais da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Alexandro Reis, o diretor de Promoção de Estudos da Fundação Cultural Palmares do Ministério da Cultura, Antônio Pompeu, o presidente da Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-Brasileiros, João Bosco Borba, e a diretora do Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasilia, Núbia Macedo.

Segundo dados apresentados por João Bosco Borba, os afro-americanos respondem, atualmente, por cerca de 12% do PIB dos Estados Unidos, embora, representem aproximadamente 13% da população do país, o que indica condições favoráveis para o desenvolvimento do turismo étnico, principalmente entre os afro-americanos, que querem buscar sua identidade.

O projeto foi lançado durante a festa da Irmandade da Boa Morte, principal manifestação cultural da cidade de Cachoeira, a 110 quilômetros de Salvador e que todo ano recebe um grande número de turistas afro-americanos. Na capital, bairros como Curuzu, Liberdade, Pelourinho, Engenho Velho da Federação e Itapuã fazem parte do corredor turístico.

De acordo com o coordenador da Secretaria de Turismo da Bahia, Billy Arquimimo, o projeto tem como meta não só aumentar o fluxo de turistas afro-americanos no estado como desenvolver a economia local, com a atração de um maior número de investidores. "A criação de novos negócios tem como resultado, o aumento de número de empregos, o que desenvolve nossa economia e promove a inclusão social", ressaltou.

Para incrementar essa modalidade de turismo, o secretário Leonelli disse que é preciso aumentar o número de vôos dos EUA para a Bahia. A ministra Marta Suplicy informou que o ministério já está negociando com algumas companhias aéreas e que durante sua visita ao Brasil, a secretária norte-americana Condolleza Rice se comprometeu em ajudar para viabilizar um maior número de vôos entre os Estados Unidos e a Bahia.

uas/is

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