História de Irecê - Família Dourado - Casamento insólito entre pobre e rico

Era o ano de 1954. Chovia muito em Irecê e região. Naquele ano, Renar, uma moça muito bonita, da alta sociedade ireceense se aprontava para casar.

No mês de dezembro de 1954, Renar entrou em um Jeep, despediu-se da família e partiu rumo a Central. Passou pela ponte do Rio Verde sentindo a água tocar no joelho. Junto com ela ia a professora Dária, carregando Dermezinho nos braços. As duas eram guiadas por uma outra pessoa, bem experiente.

Horas depois chegavam Xique-Xique, que já possuía linha aérea, desde o ano de 1954. A professora Renar iria para Salvador, onde seria madrinha de formatura do noivo e posteriormente sua esposa.

Ao entrar no avião, a professora Renar ficou surpresa com as personalidades que ali se encontravam: Antônio Carlos Magalhães, Antônio Balbino, Juraci Magalhães, além de muitos deputados que tinham ido a Barra do Rio Grande, a fim de participarem de uma eleição suplementar.

A professora Renar Dourado e o saudoso médico Dr. Nilton Dourado,
um ireceense que ajudou muitas pessoas carentes.


Quando os políticos souberam que a passageira Renar era filha de Renério Dourado, chefe político de Irecê, desmancharam-se em atenções e a trataram como rainha.

Dias depois após a viagem, a professora Renar casou com o jovem médico Dr. Newton.

Após a lua de mel em Dias D’Avila, os noivos prepararam-se para retornar a Irecê. Se a ida para Renar foi uma maravilha, pois foi de avião ao lado de personalidades políticas da Bahia, o retorno não foi nada animado.

O casal pegou um ônibus em Salvador com destino a jacobina. Em Jacobina subiram na carroceria de um caminhão com destino a Gameleira dos Crentes. Sofreram bastante, pois chovia torrencialmente em toda região e o caminhão atolou diversas vezes e eles saltavam para desatolar, ficando completamente enlameados.

Clarindo, dono do caminhão, arranjou três animais em Gameleira dos Crentes, um para trazer a mala e os outros dois para trazer a professora Renar e seu esposo Dr. Newton.

Após um dia de viagem, chegaram em Irecê e se atolaram juntamente com os animais, no lamaçal existente na Av. Caraíbas.

Um acontecimento marcante na vida destas pessoas de famílias tradicionais em Irecê.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
(Fonte: livros do escritor Jackson Rubem: Irecê: História Casos e Lendas; Irecê, Um Pedaço Histórico da Bahia; Irecê, A Saga dos Imigrantes) e Brasileiros Pré-Cabralianos (Brazilians Before Cabral)

Comentários

Rená Dourado disse…
Só pra constar o nome dela era Rená, e não Renar, ela odiava ser chamada de maneira errada.