História de Irecê - o primeiro comércio das terras

Em algumas postagens resumidas escreveremos sobre a História de Irecê, com base nas informações constantes no livro "Irecê: História, Casos e Lendas", do escritor Jackson Rubem.

É preciso voltar nossa mente para uma época longínqua, a fim de conhecermos um pouco mais da História de Irecê. Nesta postagem falaremos do primeiro comércio das terras da cidade que chegou a ser conhecida nacionalmente como "Capital do Feijão" e "Capital da Mamona".

No ano de 1624 a Bahia começou a ser invadida pelos holandeses. Naquela época um homem se destacou, porque lutou bravamente contra os invasores. Chamava-se Antônio de Brito Corrêa, pai de Antônio Guedes de Brito.

Antônio Guedes de Brito residia em Morro do Chapéu, desde o ano de 1663 e carregava no sangue a valentia do pai. Em sua época a região do Rio São Francisco vivia atormentada por bandidos, mamelucos e negros aquilombados.

Incumbido pelo rei de Portugal para pacificar a região do São Francisco, Antônio Guedes de Brito entrou em ação e em pouco tempo trouxe de volta a paz em toda a região. Como recompensa o rei lhe deu uma sesmaria remuneratória de 160 léguas de terras que abrangia a área de terras de Irecê e de diversas outras cidades da região, transformando-o no maior latifundiário de toda a Bahia.

O Conde da Ponte, João de Saldanha da Gama Mello Torres Guedes de Brito e a Condessa da Ponte D. Maria Constança de Saldanha Oliveira e Souza, desmembraram, no dia 21 de fevereiro de 1807, a sesmaria remuneratória. Retiraram da grande sesmaria uma porção de terras que denominaram Barra de São Rafael e venderam para Filipe Alves Ferreira e Antônio Teixeira Alves, pela quantia de 1.200$000 (um conto e duzentos mil réis).

Barra de São Rafael era um latifúndio gigantesco, por isso foi desmembrada. Do grande latifúndio retirou-se uma porção de terras denominada Lagoa Grande que foi vendida a Joaquim Alves Ferreira, Joaquim Gomes Pereira e Domiciano Barbosa Pereira, os quais venderam para João José da Silva Dourado em 29 de Agosto de 1840.

Podemos afirmar que 21 de fevereiro de 1807 foi um marco para a história de Irecê, porque naquele ano ocorreu o primeiro comércio das terras de Irecê. Depois desta data a outra mais importante foi 29 de Agosto de 1840, ano em que João José da Silva Dourado comprou uma porção de terras desmembrada da Barra de São Rafael, com a denominação de Lagoa das Caraíbas ou Brejo das Caraíbas.

(Fonte: Irecê - História, Casos e Lendas; Irecê - Um Pedaço Histórico da Bahia; Irecê - A Saga dos Imigrantes; obras do escritor Jackson Rubem.

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