Pátria Irreal
Terra chamada Brasil...
Sob este céu de anil,
Só sujeira, lodo e lama
Remando contra a maré
Seguirá na marcha ré
Para o antônimo da fama
Acreditar que um dia
O Brasil vire nação.
Já está dilacerado,
Enforcado, esquartejado
Seu povo morre sem pão
Solo fértil verdejante
Políticos ignorantes
Sem patriotismo moral.
Dirigentes inconseqüentes
Nos fazendo eternamente
A pátria mais irreal
Nos salários dos deputados
Um montante camuflado...
Dinheiro público a rolar.
Muitos são os senhores
Os doutores, senadores
Que ganham sem trabalhar
Governadores e presidente,
Vereadores indecentes
E os prefeitos pueris.
O bolso destes aquecem
Enquanto milhões padecem
Em diferentes “Brasis”.
Alguns ministros e juizes,
Vivem as mesmas matizes
Da opulência exarcebada
O grande flagelo indecente
São milhões de indigentes
Morrendo na pátria amada
Modelo financeiro imundo
Nos faz de terceiro mundo
Celeiro de todo mal.
Meu Brasil foi engolido
Logo digerido e expelido
No mundo um troço fecal.
Comentários
Em Pátria Irreal, esplendidamente, o poeta grita a voz do povo. Brasil irreal, sim. País, da Torre de Babel. Na Poesia Real percebe-se um mundo poliglota da terra "esplendida". Seria utópico pensarmos, em uma independência real? Sim. Cito Milton Santos, Baiano, em o Mundo Visto do lado de cá, ele fala das três globalizações;sendo a primeira uma fábula, comenta que "a mudança virá de baixo". Então, depende de nós, quem sabe, quando não mais votarmos, em políticos que legislam em causa própria. Quando a massa dominante acreditar, que A EDUCAÇÃO É UM DIVISOR DE ÁGUA PARA TODA E QUALQUER NAÇÃO. NOSSA EDUCAÇÃO É IRREAL.
Bia/BSB