Agricultura familiar de Irecê produz 88 mil toneladas de mamona

Acredito que o Governo Jacques Wagner (PT) tomou a decisão correta ao adotar a política de territórios, aglomerando municípios da Bahia, conforme sua identidade. Ao todo, a Bahia ficou com 26 territórios. Começa com o Território de Irecê e termina com o Território Metropolitana de Salvador.

Neste texto, um resumo do II Fórum Internacional de Desenvolvimento Territorial que começou no dia 8, com a apresentação de seis experiências territoriais, cobrindo todas as regiões do país, a partir da visão dos movimentos sociais que atuam nos territórios. A participação baiana ficou por conta da exposição de Mário Augusto de Almeida Neto, conhecido como “Jacó”, representante do Território de Irecê.

Jacó explicou que a noção de territorialidade surgiu no estado em 2003 e tinha, a princípio, os sindicatos como principais atores da sociedade civil. Desde o final de 2006, durante os trabalho de transição do Governo do Estado, esse modelo foi adotado como unidade de planejamento, ampliando as discussões para várias áreas. “A Bahia está vivendo um momento de amplo diálogo entre a sociedade civil e o governo do estado”, aponta.

O Território de Irecê possui uma média de 158 mil habitantes, numa área de 25.670 quilômetros quadrados. Conforme afirmou o representante, 25,3% da população é analfabeta, o que prova que a educação é um dos grandes déficits da região. “Não adianta ampliar o número de escolas, se a qualidade dos professores não melhora”, afirma. Para ele, é preciso regionalizar a educação para valorizar a área. “Tem que ensinar às crianças que o fruto daqui é o umbu e não dar exemplos a partir de uva e pêssego”, completa.

Economia

Durante sua apresentação, Jacó apresentou dados acerca da divisão agrária da região de Irecê, que é formada basicamente pela agricultura familiar, com mais de 31 mil estabelecimentos agropecuários de até 20 hectares. “Em área, esses empreendimentos somam somente 16,1% do total do território”, frisa.

Atualmente, um dos focos da economia do Território de Irecê é a produção de biodiesel a partir da mamona. A Bahia responde por, aproximadamente, 80% da produção de mamona no país, sendo a região de Irecê a principal produtora, com uma média de 88 mil toneladas por ano.

Jacó afirma que, ao adotar os territórios de identidade como foco de planejamento, houve uma discussão maior acerca das verbas para economia, ampliando a visão do pequeno produtor. Hoje, além do biodiesel, existem propostas nas áreas de caprinovinocultura (para a produção de carne e leite), fruticultura e desenvolvimento da visão da própria agricultura. “Antes nós apenas produzíamos a mamona. Agora, com a implantação da fábrica para a produção de óleo de mamona, pretendemos fornecer não mais a matéria-prima, mas sim o produto já transformado”, comemora. (Dados da SEPLAN)

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Quem deseja conhecer fatos históricos e econômicos de Irecê encontra nos livros do escritor Jackson Rubem:
  • Irecê: História Casos e Lendas;
  • Irecê, Um Pedaço Histórico da Bahia;
  • O Aniversário de Irecê
  • Irecê, A Saga dos Imigrantes
  • Brasileiros Pré-Cabralianos (Brazilians Before Cabral), publicado em Inglês e Português.

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