Produção de mel na Bahia será implementada

Com o trabalho pioneiro de cadastramento e inspeção de apicultores e a construção de mais 48 unidades de beneficiamento de mel (UBMs), garantidos ainda neste ano, a Secretaria da Agricultura (Seagri) planeja o desenvolvimento da cadeia apícola e a inserção de produtores familiares nos mercados brasileiro e internacional. O objetivo é diminuir a informalidade e assegurar a esses apicultores um produto de maior qualidade e aceitação, com preço justo e incremento na renda.

“A meta do governo é inserir na cultura 10 mil apicultores. Para isso, estamos promovendo o cadastramento para estudo da cadeia produtiva do mel, apoiando projetos e iniciativas de incremento à apicultura”, disse o superintendente de Agricultura Familiar da Seagri, Ailton Florêncio.

Pela primeira vez, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão da Seagri, vai realizar um trabalho de inspeção voltado à produção familiar apícola. O projeto será executado em três etapas. A primeira consiste na capacitação da equipe técnica, do produtor e do manipulador, desde a coleta das melgueiras ao processamento.

Em seguida, será usada a ferramenta do rastreamento, conhecida como georreferenciamento, nas UBMs e apiários, o que dá condições para a exportação, porque a maior parte do mercado europeu exige essa condição. A rastreabilidade do mel envolve critérios como identificação do nome e CPF do produtor, onde e quando foi produzido, entre outros métodos.

A terceira etapa é a coleta das amostras para análise e certificação. “A meta inicial é atingir a marca de 330 toneladas de mel inspecionado e rastreado, neste primeiro ano”, destacou a especialista em apicultura da Seagri, Marivanda Eloy.

As ações estão inseridas no programa Sertão Produtivo, no que se refere à diversificação para desenvolvimento das principais cadeias produtivas do semi-árido baiano, aperfeiçoando o sistema de policultivos verticalizados, ampliando a produção e gerando renda.







O programa, desenvolvido pela Seagri, via Superintendência de Agricultura Familiar (Suaf), prevê a construção de mais 48 casas do mel este ano, beneficiando 2,4 mil famílias de apicultores. Cada unidade de beneficiamento atende a uma média de 50 produtores e tem capacidade de processamento máxima de 20 toneladas por mês.

Município-referência

Referência baiana na produção de mel, o município de Ribeira do Pombal – que sedia a Central de Cooperativas dos Apicultores (Cecoapi), está com toda a estrutura pronta para receber, a partir de março, a inspeção federal (SIF) e poder exportar.

A Cecoapi reúne 2 mil apicultores e tem uma produção anual de 1,2 mil toneladas de mel por ano, estando no ranking nacional como um dos principais produtores do país, segundo o IBGE.

O nordeste da Bahia já comercializa o produto para o exterior, de maneira indireta, através de São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Paraná.

ras/om

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