Agricultores familiares vão receber incentivos para a produção de matéria-prima do biodiesel.

Os agricultores familiares baianos vão receber incentivos para a produção de oleaginosas, matéria-prima para a fabricação do biodiesel. O assunto está sendo discutido durante as cinco rodadas do seminário Biodiesel: Inclusão Social e Desenvolvimento Regional. O evento começou hoje (4) e está sendo realizado às terças-feiras, no Bahia Othon Palace Hotel, em Salvador, até 1º de abril. A idéia é aproveitar melhor o potencial do estado para a produção do biocombustível.

Segundo o secretário da Agricultura, Geraldo Simões, a agricultura familiar vai ser beneficiada por pesquisas e com extensão rural e organização social. “Os agricultores familiares não vão vender somente as sementes, que é a matéria-prima, mas irão beneficiar sua produção em pequenas usinas onde o dendê, a mamona e o algodão, por exemplo, serão transformados em óleo bruto para ser vendido para as Petrobras ou outro comprador”, explicou.

Simões disse que a Bahia é o estado brasileiro que reúne as maiores e melhores condições para a produção do biodiesel e deve ter, nos próximos oito anos, 860 mil hectares cultivados, que vão gerar 773 milhões de litros do biocombustível. “Além da extensão de terra extraordinária, 14% da agricultura familiar do Brasil está aqui. É a maior proporção do país. Além disso, um terço da nossa população fica nas zonas rurais”, afirmou.

Arranjo socioprodutivo fundamental

O secretário do Planejamento, Ronald Lobato, classificou o biodiesel como um arranjo socioprodutivo fundamental para o desenvolvimento equilibrado do estado, na medida em que incorpora a agricultura familiar e as questões econômica e energética. “Nada mais oportuno do que discutir e avaliar as diferentes alternativas para que possamos ter firmeza no encaminhamento do progresso nesse setor”, declarou.

Para o diretor-geral da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Geraldo Reis, a crise energética mundial torna o mercado de biodiesel muito atraente. “Estamos procurando uma forma de envolver agentes públicos e agricultores para fazer um planejamento de forma que o produto venha a alavancar o desenvolvimento regional, abrangendo territórios econômica e socialmente excluídos”, ressaltou.

prr/om

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