Pólos de informática começam a ser estruturados no interior

Cidades como Vitória da Conquista, Feira de Santana e Jequié estão estruturando pólos de informática com foco no desenvolvimento de softwares. O assunto foi abordado ontem (18) num seminário realizado pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), em parceria com o Sebrae/BA. Os pólos reunirão empresas de tecnologia da informação (TI), centros de pesquisa e instituições de fomento, numa articulação com foco no desenvolvimento do setor no interior.

Um dos pólos já estruturados fica em Ilhéus, respondendo por 20% da produção nacional de computadores. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Computadores e Informática de Ilhéus e Itabuna (Sinec), Gentil Pires, o faturamento das empresas do pólo em 2006 foi superior a R$ 2 bilhões. “Nosso pólo foi responsável por 53% do recolhimento de ICMS da região, o que corresponde a R$ 24 milhões”, disse.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ildes Ferreira, afirmou que o fortalecimento dos pólos no interior vai potencializar o ciclo de desenvolvimento dos municípios baianos. “A diretriz do governo é descentralizar os investimentos que antes eram direcionados apenas para Salvador”, explicou.

Para fomentar o fortalecimento dos pólos, a Secti está atuando na capacitação técnico-empresarial, em parceria com o Sebrae/BA, e mobilizando a articulação entre os empresários.

Financiamento de projetos

Com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), a secretaria lançou o Edital para Desenvolvimento de Soluções Inovadoras no Campo das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), no valor de R$ 1 milhão, para financiar projetos de pesquisa que resultem na criação de produtos, processos, métodos ou sistemas que ainda não existam no mercado ou que apresentem características novas em relação às usadas hoje.

Em Vitória da Conquista, está sendo estruturado o Pólo Digital do Sertão, previsto para reunir empresas de TIC de 60 municípios da região. A coordenadora- executiva do pólo, Vanessa Bittencourt, disse que o envolvimento da academia na iniciativa vai permitir a agregação de valor aos produtos e serviços ofertados no campo da TIC.

Ela informou que existem demandas reprimidas por softwares em diversos setores da economia, ao tempo em que os alunos que se formam em computação não ficam no município. “Estamos perdendo nossos talentos para centros mais estruturados”, declarou.

xas/om

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