Selo de qualidade do Ibametro garante exportação na fruticultura

Conferir qualidade ao produto, reduzir custos e aumentar a produtividade trazendo, como conseqüência adicional, a geração de mais emprego e renda para o estado. Esta é a função do selo de certificação concedido pelo Ibametro, que já realizou cerca de 200 auditorias junto a fruticultores.

Um exemplo disso, segundo o diretor geral do instituto, Adhemar Barroso Alves, é a região do São Francisco que por exportar cerca de 90% da uva e manga produzidas, encontrou no Ibametro um parceiro para qualificar seus produtos, com o reconhecimento do Inmetro. Um investimento na qualidade que aumenta, no mínimo, em 20% a oferta de emprego no segmento e reduz em 10% os preços finais pagos pelos consumidores.

A certificação é um dos principais aliados do produtor que deseja aumentar a competitividade e diferenciar seus produtos. Como o compromisso do Ibametro é aumentar a qualidade e, a partir disso, o volume das exportações brasileiras, ele atua na área, como Organismo Certificador de Produtos (OCP) e Organismo Certificador de Sistemas (OCS). Neste último, verifica a adequação do processo de gestão da empresa à ISO:9001 (lei da qualidade) em todo o Brasil. Enquanto OCP, o Ibametro está habilitado a proceder auditorias no processo produtivo de empresas agrícolas e industriais.

O reflexo de não ter um produto com selo de certificação do Inmetro é representado em números. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume total de mamão exportado em 2007 foi inferior ao embarcado em 2006. O principal entrave à exportação no último ano, segundo a Secex, foi a falta de frutos com qualidade suficiente para atender às exigências dos EUA e da Europa.

Para obter o Certificado de Qualidade é preciso ter êxito em todas as etapas que compõem o processo. A certificação assegura cultura de alta qualidade e de acordo com padrões internacionais exigidos quanto à tecnologia, rastreabilidade, competitividade, segurança alimentar e ambiental.

O primeiro passo do agricultor é entrar em contato com o Ibametro para aderir ao programa. Preenchidos todos os requisitos, uma equipe de auditores do instituto faz a avaliação inicial, que engloba a verificação desde a semente até o fruto. Este procedimento é a chamada rastreabilidade, fundamental ferramenta da certificação. Conseguido o certificado, o Ibametro ainda realiza auditorias regulares a cada ciclo de produção, para manutenção do selo de qualidade.

Diferencial

A associação do produto a uma marca que representa qualidade, como a do Inmetro, amplamente conhecida no Brasil e aceita em mais de 60 países, pode significar a conquista de novos mercados, sobretudo para o empresário que deseja exportar. Trata-se de um diferencial que influencia nas decisões de compra, que reduz custos, elimina barreiras e atende ao crescente número de consumidores que optam pelos produtos certificados.

Esse foi o caso de dez produtores de manga e uva da região do Vale do São Francisco que, no ano passado, receberam seus Certificados de Qualidade do Ibametro por terem se adequado às normas produtivas internacionais. Somados aos demais, eles contabilizam 80 fruticultores que já garantiram o certificado, por meio do Instituto Baiano, contando com uma maior facilidade para vender ao mercado externo.

Mercado interno


O programa de certificação não beneficia apenas o mercado externo. O Ibametro, em parceria com o Sebrae/BA, realiza palestras, visita os pólos de produção de frutas para sensibilizar e conscientizar empresários sobre a importância da certificação. Disseminando o processo que reduz custos, uma vez que a garantia de qualidade do produto e dos processos leva à redução do desperdício, a certificação despertou,no mercado interno baiano, a necessidade de comercializar a fruta com o selo de qualidade do Inmetro.

“O Inmetro normatiza o mercado, então, uma fruta com selo deste instituto agrega valor ao produto”, afirma José Humberto Souza, presidente da Associação Baiana de Supermercados (Abase). Essa declaração confirma o compromisso dos supermercados baianos em comprar produtos com selo de qualidade. “Com isso, o mercado interno se abastece para comercializar produtos de qualidade e com baixos custos para o consumidor”, acrescenta Souza. O presidente da Abase deu uma demonstração da adesão dos supermercadistas baianos ao sistema de qualidade. Em evento recente, ele cadastrou produtores certificados para abastecer as seis lojas da sua rede, a Hiperideal, todas em Salvador.

ias/is

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