Governo da Bahia aumenta combate à dengue

Nas próximas semanas, a Bahia contará com o reforço de 400 homens no trabalho de combate à dengue. Ainda esta semana, 170 bombeiros serão capacitados para atuar nas casas de Salvador e região metropolitana, além dos 230 funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), cedidos ao estado pelo Ministério da Saúde, que já atuam nos municípios.

E mais: os 1.300 agentes comunitários de controle de endemias de Salvador, que estavam de braços cruzados por causa de atrasos no pagamento dos salários, voltam ao trabalho a partir de hoje e só param quando os novos concursados estiveram aptos para o trabalho.

Os anúncios foram feitos em entrevista coletiva na manhã de hoje, na Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), da qual participaram o secretário da Saúde, Jorge Solla, Carlos Alberto Trindade, secretário de Saúde de Salvador, o coronel Sérgio Barbosa, comandante do Corpo de Bombeiros, e Lorene Pinto, superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde da Sesab.

De janeiro até ontem (31 de março), a Sesab registrou 8.343 casos em todo o estado, sendo que apenas 13 foram da forma grave da doença (hemorrágica), o que resultou em apenas uma morte, em Lauro de Freitas. No ano passado, 53 pessoas contraíram a forma grave da doença e três morreram (duas em Salvador e uma em Luís Eduardo Magalhães).

Durante todo o ano de 2007, houve na Bahia 14.174 casos de dengue confirmados, sendo 4.860 nos três primeiros meses. Em 2008, 7 mil dos registros de dengue aconteceram na região de Irecê.

“Nessa região está caracterizada uma epidemia, mas a situação está controlada com a intensificação do trabalho de prevenção nas casas, apontando para uma redução dos casos”, afirmou Solla.

Segundo ele, o que houve na região foi uma descontinuidade do trabalho de prevenção, porque o município de Irecê está em fase de seleção pública de agentes comunitários de controle de endemias. “Os casos de dengue normalmente se acentuam após o verão, por isso a prevenção deve ser feita durante todo o ano para se evitar uma explosão de casos”, explicou.

Por isso, declarou o secretário, se dá importância aos concursos públicos para a contratação de agentes municipais de saúde (152 cidades já estão com processo seletivo de agentes de controle de endemias regularizado). Somente em Salvador, está em curso, com conclusão prevista para dois meses, uma seleção para 1.909 pessoas. No ano passado, 56 cidades abriram 2.376 vagas para o cargo.

Como prevenir a doença

Os casos de dengue na Bahia começaram em 1994. A transmissão do vírus pelo mosquito Aedes aegypti se acentua em centros urbanos com povoamento denso e condições precárias de saneamento e limpeza. Por isso, as condições para a proliferação do mosquito podem e devem ser evitadas pela população.

O primeiro passo é eliminar os locais onde a fêmea se reproduz, não deixando água acumulada em recipientes. Manter fechadas as caixas d’água, poços e cisternas e não cultivar plantas em vasos com água (usar terra ou areia nesses casos). Outras iniciativas são tratar as piscinas com cloro, fazendo a limpeza constante (o ideal é deixá-las cobertas ou vazias, quando não for usar por um longo período), e manter as calhas limpas e desentupidas, além de avisar um agente público de saúde do município, caso exista alguma situação onde há risco de proliferação da doença.

Para o combate, o governo da Bahia conta com 48 carros-fumacê, 100 máquinas de pulverização, 31 núcleos de entomologia (onde são feitos estudos dos mosquitos infectados) e com o Laboratório Central (Lacen), que analisa os tipos de vírus.

Reforço de mídia na RMS

O Ministério da Saúde vai reforçar a campanha de mídia na Região Metropolitana de Salvador e a partir de amanhã, a Sesab inicia a divulgação nas rádios de todo o estado e nas tevês.

Na próxima quinta-feira, secretários da Saúde de todo o Brasil se reúnem com o ministro José Gomes Temporão, no Rio de Janeiro, para um balanço nacional das ações.

A Bahia também está estudando formas de apoio ao Rio de Janeiro, que enfrenta uma grave crise. “Vou me reunir com todos os representantes de residências médicas que formam pediatras, mas, claro, sem desfalcar o nosso estado”, disse Solla.

sas/om

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