SRH quer identificar áreas que podem virar deserto na Bahia

Uma equipe de 12 técnicos da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH) viaja, no domingo (4), para os municípios de Jeremoabo e Juazeiro, com o objetivo de identificar as áreas susceptíveis à desertificações e fazer o levantamento de dados técnicos como às condições sócio-econômicas e políticas dessas regiões.

A visita é a primeira ação de campo do Plano Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN-Bahia), cujos recursos para a execução foram aprovados, no ano passado, pelo Fundo Nacional do Meio Ambiente, do Ministério do Meio Ambiente.

Após o levantamento de todas as informações necessárias e a realização de contatos com as instituições governamentais, ONGs e sociedade civil, serão implementadas ações voltadas para a convivência da população com as condições do semi-árido. Serão realizados seminários regionais, campanhas de educação ambiental, oficinas e arranjos produtivos pilotos.

Além de Jeremoabo e Juazeiro, o projeto também será executado em Guanambi e Itatim. “São quatro municípios focais, mas queremos criar braços para que o projeto se enraíze por outras localidades próximas”, explica a bióloga e técnica da SRH, Ada Assunção.

O PAN-Bahia é baseado no Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN-Brasil) e será um instrumento inédito na Bahia para a definição de diretrizes e de ações de combate e prevenção à desertificação no semi-árido. O projeto é executado a partir de quatro diretrizes: mudanças climáticas, políticas públicas, desertificação e convivência com o semi-árido.

O PAN-BA não só contribuirá para uma melhor convivência das populações do semi-árido, com as condições ambientais, climáticas, sociais e econômica dos seus territórios, como também buscará parcerias para a implementação de tecnologias de produção e de combate a seca, que se adaptem às realidades locais. Para isso, a SRH já mantém contatos com instituições que desenvolvem projetos com estas características como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade do Estado da Bahia (Uneb - Campus Juazeiro) e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), de Petrolina (PE).

Participação social

A partir do mês de agosto, as comunidades começam a participar diretamente da construção do PAN-BA. “São as populações que vão apontar suas carências. A participação delas é fundamental em todo o processo de desenvolvimento do plano”, explica a pedagoga e técnica da SRH, Silvani Honorato.

Ela salienta que as oficinas com duração de três ou quatro dias serão realizadas nas áreas vulneráveis ao processo. “Queremos mobilizar a maior quantidade de pessoas possível, para obtermos uma melhor propagação das informações” completa Honorato.

O Plano Estadual de Combate à Desertificação foi um dos quatro projetos da SRH aprovados pelo Fundo Nacional de Meio Ambiente em 2007. Foram destinados recursos na ordem de R$ 1,2 milhões para a autarquia viabilizar ainda os projetos Terra Sustentáveis, Agente Voluntários das Águas e Programa de Educação Ambiental no entorno das Unidades de Conservação, sendo que este último será coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).

mas/is

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