EBDA muda realidade de 149 famílias do quilombola Campo Grande

Um trabalho realizado pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) vem contribuindo para mudar a realidade de 149 famílias residentes do quilombo Campo Grande, no município de Santa Terezinha, que vivem do cultivo de feijão e milho.

Há um ano, quando a comunidade foi reconhecida como quilombola, a empresa, vinculada à Secretaria da Agricultura, Irrigação, Reforma Agrária (Seagri), oferece diversos cursos, desde a capacitação no manejo da terra até trabalhos artesanais como curso de pintura.

De acordo com a técnica de Castro Alves, Lucinete Amaral Rodrigues de Oliveira, os cursos tem ajudado na auto-estima da população e no aumento da renda. “Apesar das dificuldades estamos conseguindo alcançar o objetivo, que é levar outras alternativas, fora da agricultura, para essa comunidade quilombola, além de resgatar a cultura negra”, enfatiza.

O curso de pintura é realizado duas vezes por semana para cerca de 20 pessoas, que aprendem a pintar em toalhas e pano de prato. Já o de artesanato está na fase fechamento das turmas. “Com o curso conseguimos mais uma fonte de renda. Estamos pensando em investir mais um pouco do dinheiro da associação, na compra de materiais e, assim, aumentar a produção, a venda e os lucros”, afirmou a professora primária Maria Aparecida de Almeida, 29 anos.

Outras atividades

Ainda este mês, a EBDA vai desenvolver um projeto de fruticultura envolvendo desde a produção até a distribuição de mudas típicas da Caatinga, a exemplo do umbu, acerola, cajá, ciriguela e pinha. Além dessa atividade, técnicos da empresa estarão acompanhando e prestando assistência aos pequenos produtores ligados a ovinocultura e avicultura para criar oportunidades e novas alternativas de renda. De acordo com a presidente da associação, Maria Navegante Alves de Menezes, o trabalho da EBDA é fundamental por trazer oportunidades de trabalho, principalmente para os jovens, que pensam em sair da comunidade para trabalharem fora.

A associação foi formalizada com o nome Campo Grande, em 1988, mas, apenas há seis anos, os moradores começaram a se organizar para lutar a favor do reconhecimento como Quilombola. Desde a confirmação do título, em março de 2007, os técnicos da EBDA começaram os trabalhos de organização da documentação da associação, em conjunto com a Promotoria Pública, cadastramentos dos membros da associação e eleição da diretoria.

A partir desse momento, iniciaram os trabalhos intensivos de treinamentos e oficinas com membros da comunidade sobre associativismo e cooperativismo. Técnicos da EBDA e uma comissão fizeram algumas reuniões, com o objetivo de orientar quanto às necessidades mais urgentes e à estrutura da entidade que hoje conta com quatro núcleos - agricultura, meio ambiente, cultural e jovem. Cada núcleo é responsável por uma série de atividades.

ras/is

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