Madeira plantada é uma opção de renda para o pequeno produtor do sudoeste

Os pequenos produtores rurais da região de Caetité e Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, ganharam uma alternativa sustentável de renda, com o lançamento, na região, do Programa Pólo Florestal Sustentável, de incentivo à produção de madeira plantada. O programa pretende ampliar a oferta de madeira, por meio do reflorestamento de áreas degradadas, com espécies de rápido crescimento e relevante valor econômico, como nim, guanandi e eucalipto.

O produtor de mandioca Donato Martins Bandeira viajou 23 quilômetros, do distrito Maniaçu até a sede de Caetité, para assistir a apresentação do programa. “Se depender de mim, começo a plantar ainda hoje”, adiantou, ao destacar que sua propriedade tem áreas degradadas, passíveis de aproveitamento para a produção de madeira. “Essa é uma forma de nos ajudar, já que temos uma vida amarga”, enfatizou.

Os Pólos Florestais Sustentáveis serão implantados em regiões estratégicas do estado, contribuindo para a conservação da biodiversidade regional e criando oportunidade para atração de novos investimentos. Empreendimentos moveleiros, beneficiamento de alimento, setor de madeiras sólidas (serrados, lâminas e compensados) e serviços são algumas das atividades potencializadas.

Segundo Adalberto Brito, professor do curso de Engenharia Florestal da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), a espécie exótica nim, originária da Índia, é uma possibilidade de reflorestamento sustentável e viável na região. “Essa espécie se adapta às condições de solo e clima da região, resistindo aos longos períodos de estiagem a ao baixo índice pluviométrico”, explicou.

De acordo com Juliano Matos, secretário do Meio Ambiente, o programa atende à demanda crescente de madeira, diminuindo a pressão sobre as florestas nativas da região, além de assegurar inclusão social e renda para o pequeno produtor. “Entendemos que ações de fiscalização nem sempre são a melhor solução. Temos que propor alternativas de renda para que esses produtores saiam do mercado clandestino, para a legalidade”, afirmou.

O zoneamento das áreas para fomento está sendo definido em parceria com instituições de ensino e pesquisa na área florestal, informou o superintendente de Florestas, Conservação e Biodiversidade (SFC/Sema), Marcos Ferreira. “Vamos adotar como referência imagens de satélites, que demonstrem que as áreas já estavam desmatadas”.

mas/is

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