Primeira indústria de pólen do Nordeste será em Canavieiras-Bahia

A Bahia vai sediar a primeira indústria de pólen do Nordeste e segunda do Brasil. O projeto terá um investimento de R$ 72,38 mil e terá sede no município de Canavieiras, maior produtor do estado.

O anúncio da implantação da fábrica, resultado da parceira entre a Secretaria Agricultura (Seagri), por intermédio da Superintendência da Agricultura familiar da Seagri (Suaf), e a Associação Canavieirense de Apicultores (Acapi) foi feito segunda-feira (2) durante o 17º Congresso Brasileiro de Apicultura, que segue até o próximo sábado (8) na Expominas, em Belo Horizonte.

“A meta do Governo da Bahia é inserir 10 mil apicultores no estado e, para isso, estamos promovendo o cadastramento para estudo da cadeia produtiva do mel, apoiando projetos e iniciativas de incremento da produção”, declarou o superintendente da Agricultura Familiar, Ailton Florêncio.

No ranking nacional, a Bahia está em segundo lugar na produção de pólen, posicionando-se logo depois de Santa Catarina. O município de Canavieiras, além de ser o maior produtor e o pioneiro na produção, se destaca em relação à freqüência no período de fabricação que vai do mês de janeiro a dezembro, tendo como florada principal as palmáceas, inclusive a palmeira de dendê, camaçari e cajá.

O município, onde será instalada a fabrica, também alcançou recorde mensal de produção média de pólen por colméia, com a marca de 48 quilos. Uma variação significativa, quando comparada ao último número que pertencia ao Rio Grande do Sul, 900 gramas.

Atualmente a Bahia abastece o seu próprio território e exporta o pólen para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, existindo demanda para os estados de Goiás, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, com contrato de fornecimento contínuo tendo como exigência do Selo de Inspeção Federal (SIF).

Inserção

Para garantir a inserção desses apicultores no mercado brasileiro e internacional, além de planejar o desenvolvimento da cadeia apícola, a Seagri ainda desenvolve um trabalho pioneiro de cadastramento e inspeção dessas unidades de beneficiamento garantidos pela Agência de defesa Agropecuária da Bahia (Adab).

Para a especialista em apicultura da Seagri, Marivanda Eloy, que representou a Seagri no congresso, a indústria de pólen vai agregar valor ao produto e ampliar a renda dos pequenos produtores, que trabalham, quase sempre na clandestinidade. “Ao diminuir a informalidade, garantimos a esses apicultores um produto de maior qualidade e aceitação, com preço justo e incremento na renda”, declarou.

Marivanda também acrescentou que o preço do pólen varia nas diversas formas de comercialização. No atacado, o quilo do produto processado vai de R$ 25,00 a R$ 40,00. No varejo, é cotado entre R$ 30,00 e R$ 150,00. “Em Canavieiras, o pólen é comercializado no atacado por indisponibilidade de oferta no varejo, perdendo desta forma esta fatia do mercado”.

Congresso

É expressiva a participação da Bahia no 17º Congresso Brasileiro de Apicultura, que acontece em paralelo à 3ª Feira de Meliponicultura, em Belo Horizonte. Um total de 215 pessoas, entre apicultores e especialistas, seguiram em quatro caravanas e representaram 84 municípios do estado. Durante as duas últimas edições do evento, a Bahia foi premiada como melhor caravana e caravana mais animada, além de ganhar concursos importantes de mel, pólen e rótulo. A expectativa é que até o encerramento cerca de três mil pessoas visitam o congresso de apicultura.

Ras/al

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