Conservação do patrimônio arqueológico da Bahia em agenda integrada

As Secretarias do Meio Ambiente (Sema) e da Cultura (Secult) passaram a compor uma agenda integrada, voltada para a conservação do patrimônio arqueológico na Bahia.

O primeiro passo para criação de um sistema estadual de sítios arqueológicos foi dado com o lançamento do Museu a Céu Aberto do Complexo Arqueológico de Paulo Afonso, norte do Estado, no Departamento da Uneb, no município.

O museu vai preservar 100 sítios arqueológicos, datados de 9 mil anos, que estão ameaçados pela atividade de extração ilegal de pedras, o que resultou na perda de 67 locais, onde foram registradas artes rupestres.

A arqueóloga e coordenadora da Uneb, professora Cleonice Vergne, disse que “o museu vai trazer melhorias para a comunidade, o meio ambiente e a cultura, com a implantação de trilhas, permitindo experiências e visitação”.

O secretário do Meio Ambiente, Juliano Matos, presente às comemorações pelo Cinqüentenário de Paulo Afonso, defendeu o diálogo com as universidades, na perspectiva de inovar a gestão pública.

“Desenvolvimento na área ambiental se faz com alternativas, oferecendo caminhos para aperfeiçoar o desenvolvimento”, defendeu Matos, para quem “preservar a arte rupestre é garantir o direito à memória, permitindo ao cidadão ter conhecimento sobre aquilo que o constituiu, ao mesmo tempo em que são gerados emprego, renda e sustentabilidade”.

Geração de renda -Também ao participar do lançamento, o secretário da Cultura, Márcio Meireles, destacou os aspectos comuns à gestão da Sema, como desenvolvimento e diversidade, lembrando que o trabalho integrado vai colaborar para a preservação dos patrimônios cultural e ambiental baianos.

“Vamos transformar história em geração de renda e conservação”, propôs Meireles, anunciando a perspectiva de criar o projeto territorial da Secult para a região, com base na preservação de sítios arqueológicos.

Pesquisa e meio ambiente - A programação na Uneb de Paulo Afonso contou ainda com a assinatura do protocolo de intenção para a implantação do Centro de Pesquisa Agroambiental com as universidades estaduais da Bahia.

A Sema vai investir R$ 6,6 milhões em seis unidades, instaladas em parceria com a Uneb, Uefs, Uesc, Uesb e Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação para pesquisa sobre biomas (comunidades biológicas) baianos, com ênfase para a caatinga, cerrado e mata de cipó.

O superintendente de Políticas Florestais, Conservação e Biodiversidade, Marcos Ferreira, explicou que a solução para o desafio de fazer política de conservação é investir na parceria com os centros universitários, alocando recursos para o conhecimento, por meio da Fapesb.

“Temos a preocupação inequívoca com a produção científica direcionada aos biomas baianos, com foco na conservação, a partir dos conhecimentos gerados pelas populações tradicionais e comunidades locais”, afirmou Ferreira.

Uneb 25 anos - O encontro em Juazeiro marcou ainda as comemorações pelos 25 anos da Uneb, com a presença do reitor Lourisvaldo Valentim.

A universidade, que está plantando 25 mil mudas de árvores no Estado, com o apoio da Sema, entregou certificados a 25 alunos concluintes do curso de Ecologia Humana e Gestão Sócio Ambiental do departamento.

mas/bs

Comentários