Cinco milhões de pessoas vão ser vacinadas contra rubéola na Bahia

“Um grande desafio”. Assim a diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), Alcina Andrade, classificou a Campanha Nacional de Vacinação para Eliminação da Rubéola no Brasil, a ser iniciada no próximo mês de agosto e que, somente na Bahia, deverá vacinar em torno de 5 milhões de pessoas na faixa entre 20 e 39 anos, inclusive os homens, segmento populacional que normalmente não é trabalhado nas campanhas de imunização.

A largada para a campanha no estado foi dada nesta terça-feira (13), com o início, no Hotel Sol Bahia Atlântico, de um treinamento em vigilância epidemiológica da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) e capacitação para a campanha de vacinação contra a rubéola.

O encontro, que prossegue até quinta-feira (15), reúne técnicos de vigilância epidemiológica e de imunização da Sesab, Diretorias Regionais de Saúde (Dires) e municípios do interior, da Atenção Básica e dos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Cries), além de representantes das sociedades de Obstetrícia e Ginecologia da Bahia e Baiana de Pediatria.

Durante a instalação das atividades, Alcina falou sobre a importância da campanha e disse que a experiência com o surto de sarampo registrado no final de 2006, no estado, e a campanha de vacinação contra a doença, no início do ano seguinte, tendo como público alvo a população do sexo masculino, “dá certa tranqüilidade para enfrentar o desafio da campanha de vacinação contra rubéola”.

A enfermeira Fátima Guirra, coordenadora do Programa de Imunização da secretaria, explicou que o encontro tem como principais objetivos, implantar o protocolo de vigilância da Síndrome da Rubéola Congênita, com a insalação de unidades sentinela da doença no estado e definir as estratégias para a campanha de vacinação contra a rubéola.

A enfermeira explicou ainda sobre a importância da participação de todas as instituições parceiras na divulgação e nas atividades de vacinação, salientando que “o resultado da campanha depende do efetivo envolvimento dos diversos parceiros da Sesab”.

Projeto nacional

Segundo a enfermeira Marlene Tavares, consultora do Programa Nacional de Imunização, a campanha será a maior que já ocorreu em todo o mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde pretende vacinar, entre os dias 9 de agosto e 13 de setembro, mais de 69,7 milhões de homens e mulheres na faixa etária-alvo, com a vacina dupla viral (contra rubéola e sarampo).

Atualmente, segundo Fátima Guirra, na rotina das unidades de saúde é disponibilizada a vacina tríplice viral (contra rubéola, sarampo e caxumba) para as crianças menores de 5 anos e a dupla viral (contra sarampo e rubéola) para mulheres em idade fértil, até 49 anos e homens até 39 anos.

A estratégia de campanhas anuais e vacinação de rotina para essas faixas populacionais contribuiu para a redução do número de casos de rubéola nos últimos anos, mas persiste a circulação do vírus no país, em função do acúmulo de faixas de indivíduos não vacinados.

“Considerando o cenário epidemiológico atual e o fato de a última campanha de seguimento ter sido realizada em 2004, torna-se necessário realizar uma campanha de vacinação em massa, dirigida a adultos jovens”, enfatizou Guirra. O pediatra Ronaldo Ewald Martins, da Universidade Federal do Espírito Santo, chamou atenção para o risco da rubéola em mulheres grávidas.

A doença pode provocar abortamento, nascimento de bebês prematuros e de baixo peso ou bebês com a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), apresentando malformações cardíacas, cerebrais e oculares ou seqüelas como surdez, retardo mental, entre outras seqüelas.

O médico disse que a vacinação contra rubéola é “absolutamente necessária” e revelou que, no ano passado, no Espírito Santo, foram confirmados 74 casos da doença, com 60% dos casos no sexo masculino. “O homem não tem hábito de procurar unidades de saúde para ser vacinado, o que torna a campanha realmente um grande desafio”, enfatizou Martins.

sas/is

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