História e cultura afro e indígena na grade curricular do ensino da Bahia

Alunos, professores e representantes do poder público se reuniram, recentemente,na Escola Parque, no bairro da Caixa D´água, em Salvador, para oficializar a implementação da Lei 11.645, que estabelece a inclusão da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas da rede estadual de ensino.

A lei foi sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, em março deste ano, com o propósito de reafirmar o compromisso com a educação das relações étnico-raciais.

A iniciativa na Bahia vai mobilizar os 417 municípios, as 33 Diretorias Regionais (Direcs), 1.753 unidades escolares da educação básica e as unidades de ensino municipais que tenham interesse em se engajar no projeto.

Para a coordenadora de políticas educacionais de diversidade da Secretaria da Educação do Estado, Nadia Cardoso, a lei é uma reivindicação histórica do movimento negro da década de 70 e “o fato de ter se tornado lei deu força ao que, historicamente, estava sendo defendido como necessário, urgente e vital”, disse.

Entre as diretrizes estabelecidas pela lei estão a articulação com as secretarias do estado, o estabelecimento de convênios com universidades públicas e privadas para a realização de pesquisas e estudos, a execução de programas de formação continuada voltados para os gestores, técnicos e professores, a análise do material didático direcionado às temáticas étnico-raciais, a criação de mecanismos de monitoramento pelos movimentos e ongs relacionadas e o estímulo à formação de redes de comunicação que incluam a sociedade civil no processo de implementação do plano.

Segundo o coordenador do Departamento de Diversidade do Mec, Armênio Schimth, não haverá “educação de qualidade enquanto existir racismo e preconceito em sala de aula”. Ele disse ainda que além do material didático distribuído, o principal é a qualificação que será feita com os professores e as parcerias com as universidades públicas e privadas.

“Devemos fazer uma inclusão por meio dos componentes curriculares como história, literatura, arte. Esse é o caminho para introduzir a cultura e a história indígena nas escolas”, afirmou a coordenadora estadual de Educação Indígena, Rosilene Araújo. Ela acredita que a obrigatoriedade do ensino da história indígena nas escolas é uma quebra de paradigma e um passo importante para a eliminação do preconceito contra a cultura.

De acordo com o secretário Adeum Sauer, a ignorância facilita a criação do preconceito. “A educação é a melhor maneira de desconstruir o mito da democracia racial e o conceito de inferioridade dos negros, que é fruto da história do país”, enfatizou.

eas/is

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